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segunda-feira, 16 de abril de 2012

O primeiro amor é sempre o último...

Acaba de ser publicada uma belíssima obra do escritor franco-marroquino Tahar Ben Jelloun, intitulada
«O primeiro amor é sempre o último».
Com a chancela da QUIDNOVI e tradução de Ana Cristina Tavares podemos ler curtas narrativas, divertidas ou maliciosas  que nos falam da dificuldade de comunicação entre o homem e a mulher árabes, da incompreensão, da solidão, do amor, da sexualidade, do prazer e da dor e que tanto se inspiram nos episódios lendários de As mil e uma noites como nas narrativas realistas e saborosas do Decameron.

sábado, 14 de abril de 2012

Microcontos

Aqui fica o convite para uma  visita à página «A casa das mil portas». http://www.nemonox.com/1000portas/
Aí se podem ler  brevíssimas narrativas de cerca de 50 letras escritas por blogueiros portugueses e brasileiros.
Um exemplo de microconto do escritor guatemalteco Augusto Monterroso:
«Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá.»

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Poema para o dia da criança.

Cecília Meireles, poetisa, professora e jornalista brasileira (1901- 1964) fundou a primeira biblioteca infantil do Brasil. Aqui fica o seu poema CRIANÇA:

Cabecinha boa de menino triste,
de menino triste que sofre sozinho,
que sozinho sofre, — e resiste,

Cabecinha boa de menino ausente,
que de sofrer tanto se fez pensativo,
e não sabe mais o que sente...

Cabecinha boa de menino mudo
que não teve nada, que não pediu nada,
pelo medo de perder tudo.

Cabecinha boa de menino santo
que do alto se inclina sobre a água do mundo
para mirar seu desencanto.

Para ver passar numa onda lenta e fria
a estrela perdida da felicidade
que soube que não possuiria.

(Cecília Meireles, Viagem)

sábado, 7 de maio de 2011

Destruir para criar!" - Arte urbana

A arte urbana dos graffiti ganhou uma outra dimensão com o jovem artista português Alexandre Farto, também conhecido por Vhils. Este tornou-se conhecido quando apareceu, em Maio de 2008, na capa do jornal britânico "The Times", com uma criação sua ao lado de uma peça do famoso Banksy.
Este jovem do Seixal que começou aos 13 anos a pintar graffitis em comboios e paredes de ruas  formou-se em Belas Artes em Londres e explica-nos o seu original processo de criação:

 "Quis expor as várias camadas históricas e sociais que nos formam enquanto pessoas e cultura"[...] marco primeiro a forma que quero esculpir com spray e depois desbasto o que pintei na parede, trazendo ao de cima a volumetria da figura."

Os materiais que utiliza são pouco convencionais: além das habituais tintas de spray e stencils, o artista usa lixívia, ácidos corrosivos, álcool, produtos de limpeza, ferrugem e um martelo pneumático, além de explosivos.
De Lisboa a Londres, de Moscovo a Bogotá, as caras que Vhils espalhou pelo mundo estão reunidas num livro que chegou a  Portugal com a chancela da editora holandesa Lebowski e que está à venda na galeria Vera Cortês: Vhils/Alexandre Farto Selected Works 2005-2010.
Para mais informações poderá ser consultada  a página do projecto www.under-dogs.net

domingo, 1 de maio de 2011

Poema para o Dia da Mãe!

No dia da Mãe um poema do poeta,escritor e  tradutor
Eugénio de Andrade (1923 -2005)

Poema à mãe

No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.

Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.

Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;

Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;

Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

                                            
                                                                                                 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Os Direitos Inalienáveis do Leitor

Sugestão de leitura: o sempre actual ensaio que se lê Como um Romance do escritor francês Daniel Pennac. É uma obra original, divertida e irónica que aborda questões essenciais das quais dependem afinal o destino do LIVRO e da LEITURA.

Aí temos frases como:

"O verbo ler não suporta o imperativo. É uma aversão que compartilha com outros: o verbo amar... o verbo sonhar..."


“A vida é um perpétuo entrave à leitura.
- Ler? Eu bem gostava, mas sabe... o trabalho, as crianças, a casa, não tenho tempo...
- Nem sabe como o invejo, por ter tempo para ler!”

Para que a leitura seja sempre um prazer não devemos esquecer os seguintes mandamentos:

OS DIREITOS INALIENÁVEIS DO LEITOR:
 1-O direito de não ler.
2-O direito de saltar páginas.
3- O direito de não acabar um livro.
4- O direito de reler.
5- O direito de ler não importa o quê.
6- O direito de amar os “heróis” dos romances.
7- O direito de ler não importa onde.
8- O direito de saltar de livro em livro.
9- O direito de ler em voz alta.
10- O direito de não falar do que se leu.


Daniel Pennac, Como um Romance, Ed. ASA, 1992.

sábado, 19 de março de 2011

Um poema para o Dia do Pai!



Carta a um Filho – Rudyard Kipling (texto) e Mauro Evangelista (ilustrações); Edição Esfera dos Livros, 2010.O belíssimo poema IF...(se) também conhecido como Carta a um Filho, escrito em versos e contado com imagens, foi composto pelo escritor britânico Rudyard Kipling em 1910 e traduzido pela jornalista e escritora Isabel Stilwell. É um poema que evoca valores nobres e eternos, apesar de difíceis, como a coragem, a verdade, a confiança ou o sentido de responsabilidade.
Seguidamente, transcrevemos  o 1º e último versos do poema:



«SE fores capaz de não perder a cabeça quando todos à tua volta
Perdem a deles e te culpam por isso,
SE fores capaz de confiar em ti mesmo quando os outros duvidam,
Mas aceitando perguntar a ti mesmo se não terão um bocadinho de razão;
[...]
SE és capaz de preencher o fugaz minuto
Com sessenta segundos vividos plenamente,
Tua é a Terra e tudo o que nela existe,
E - o que mais importa - serás um Homem, meu filho!»